“O Mazda MX-30 é um crossover interessante, com algumas opções, que o podem tornar um caso de sucesso no público ao qual se destina.”
Pontos Positivos (+)
Exterior com pormenores de elegância
Ângulo de abertura das portas
Equipamento disponível
Consumos
Disponibilidade do motor elétrico
Pisar robusto
Sustentabilidade
Espaço da mala
Travagem Regenerativa
VISÃO GERAL
Apresentação
O Mazda MX30 apresenta-se no mercado português como um pequeno crossover, trazendo na sua base a disponibilidade dos motores elétricos associados a um motor rotativo de 829cc de origem no coupé RX8. Este motor é usado para carregar a bateria de 17,8KWh, que disponibiliza uma autonomia de 94km em modo WLTP.
Com a apresentação desta viatura a Mazda dá algumas pistas de que este crossover é diferente dos seus concorrentes, desde logo associando o nome ao seu ícone desportivo, o Mazda MX5. Desta forma a Mazda quer associar este modelo a uma expetativa desportiva, que apesar de não desiludir, também não se comporta como pináculo da exuberância desportiva.
Depois, há também as portas traseiras com abertura “suicida”, que novamente se assemelham ao modelo RX-8.
Esta é uma escolha que dá um aspeto diferente e interessante à viatura, assim como um ângulo de entrada amplo. No entanto, e sendo a regulação do banco do condutor totalmente elétrica, a necessidade de o colocar para a frente para uma pessoa entrar para o banco traseiro, é algo tão demorado que em dias de cchuva será melhor entrar pela porta do passageiro.
ELÉTRICA OU POTÊNCIA ROTATIVA…
A Mazda com o seu MX-30 EV reivindica uma autonomia de apenas 200km com a sua bateria de 35,5kWh.
A Mazda fez as contas e descobriu que as baterias mais pequenas têm uma pegada de CO2 significativamente mais amigável ao longo da sua vida útil e “atingem o ponto de equilíbrio” com um motor de combustão interna com muitos menos quilómetros. Se tivermos em conta que o típico condutor português faz em média cerca de 50km diários, a apresentação deste modelo faz todo o sentido.
No entanto e quem quiser ir mais longe, vai precisar de usar a versão testada, o MX-30 R-EV. Mas antes de ficar muito animado, o leitor deve saber que o motor de rotor único de 829 cc é essencialmente um extensor de alcance, e em nenhum momento ele aciona as rodas. Em vez disso, este motor atua como um gerador para manter a bateria de 17,8 kWh carregada. A Mazda disponibiliza ao condutor a opção por 3 modos de condução, EV – sempre elétrico, Normal – o carro faz a gestão da bateria e Charge – a bateria está a ser carregada continuamente, estando o motor de rotor único a funcionar sempre que a viatura se encontra em movimento.
Neste modo ou sempre que este motor está a trabalhar, somos invadidos por um zumbido no habitáculo, zumbido esse que apenas é percetível quando temos o autorrádio desligado ou com volume no mínimo.
A Mazda reivindica um alcance combinado de mais de 600km, dos quais, cerca de 80km são efetuados em modo totalmente elétrico.
Como sempre, existe uma aplicação para ajudar o condutor a manter a bateria totalmente carregada. No modo EV, uma carga de 20% a 80% demora cerca de 25 minutos num carregador super rápido DC. Num carregador WallBox de 7.4KW o tempo de carregamento completo pode demorar até cerca de 6h.
INTERIOR INTERESSANTE
A Mazda afirma que esta viatura tem disponíveis cinco lugares, no entanto, para o 5º passageiro é bom que a viagem não seja longa, pelo que sugerimos a sua utilização para 4 adultos apenas.
Embora não seja tão revolucionário no seu interior, este modelo da Mazda utiliza uma mistura de materiais de assentos vegan, plásticos feitos com garrafas PET recicladas e acabamentos de cortiça reais. O interior é confortável, e totalmente ergonómico com bom posicionamento dos botões. A versão testada Makoto Urban Expression traz de serie muito equipamento, dos quais evidencio, o Cruise Control Adaptativo, o Head Up Display, que podia ter mais contraste, o assistente de faixa de rodagem, a leitura de sinais de trânsito, incluindo os STOP, A/C automático, volante e bancos aquecidos, Luzes LED com assistente de máximos, assistente de ângulo “morto” entre outros.
O sistema de AC, aquecimento dos bancos e volante estão disponíveis num ecrã touch junto ao seletor da caixa de velocidades automática. Salientamos que o modelo dispõe de opção Touch ou botão para ligar o AC, aumentar ou diminuir a temperatura, velocidade da ventoinha ou desligar. Também disponível no modelo testado duas portas USB e uma tomada 230V junto da consola central.
Condução
Na Cidade
Como qualquer outro carro elétrico, o MX-30 é realmente fácil de conduzir. Tudo o que tem de fazer é dizer ao carro qual a direção a seguir, selecionar a mudança com o seletor de velocidades, pressionar o acelerador e arrancar silenciosamente.
No entanto, o MX-30 não sendo exatamente lento, sente-se um pouco o peso nos arranques quando comparando com a sua concorrência direta.
Caso contrário, há poucas reclamações sobre como o MX-30 se sente ao conduzir. A direção é leve e o carro parece bastante ágil, sendo fácil de encontrar uma posição de condução que se adapte ao condutor, e sempre com boa visibilidade sobre o exterior. A viagem torna-se confortável, sendo que a suspensão e chassi, absorvem muito bem todos os buracos e solavancos das estradas portuguesas, e de uma forma mais eficaz do que a maioria das alternativas.
A travagem regenerativa tem um dos melhores sistemas deste tipo. Esta recarrega as baterias girando o motor elétrico em marcha-atrás quando aplica o travão ou levantamos o pé do acelerador. Tem o efeito de aumentar a força de travagem do carro, sendo que a Mazda atribui uma força de cerca de 0.6G. Usando este sistema no seu máximo, muitas vezes deixa de ser necessário usar os travões. Este sistema funciona muito bem, e de uma forma muito suave.
O MX-30 é um carro maior do que pode parecer. Com 4,4 metros de comprimento. Felizmente, todos os modelos MX-30 têm sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e uma câmara de marcha-atrás, pelo que encaixar num espaço é uma tarefa muito fácil.
Na autoestrada
A condução em autoestrada não é o forte do MX-30. A aceleração não é especialmente forte acima das velocidades da cidade, pelo que a fusão num fluxo de tráfego em movimento rápido pode não ser totalmente isenta de stress. A velocidade máxima anunciada é de 140km/h, no entanto a 120km/h sente-se muito o esforço que estamos a imprimir nas baterias e a autonomia desce rapidamente.
Numa estrada sinuosa
O MX-30 tem baterias mais pequenas do que qualquer outro SUV elétrico compacto, por isso é relativamente leve. Isto significa que sentimos que é uma viatura bastante ágil numa estrada nacional, notamos ainda que a direção dá a sensação de estar minimamente conectada com o carro.
A autonomia da viatura desce rapidamente quando imprimimos uma toada mais rápida neste tipo de estrada, à semelhança do que acontece quando nos deslocamos em AE.
VEREDICTO
“Reavivar a potência rotativa parece uma tentativa de abordar o alcance limitado das viaturas EV. Tempos desesperados, medidas desesperadas?”
Ou será simplesmente juntar o melhor de dois mundos, dando ao condutor a opção de escolher uma viatura com mais autonomia.
O MX30 é um Crossover compacto, confortável que tem como grandes trunfos o interior inteligente, o equipamento disponível e a sua economia.
Os cerca de 200km que fizemos foram maioritariamente em cidade, tendo acabado o teste com média de 16KW/h e média de combustível de 5l /100km, sem ter grandes cuidados na obtenção destes resultados, o AC por exemplo esteve sempre ligado.
Gostamos ainda que os modelos EV e EV-R tenham preços semelhantes.
O PVP da versão testada, Mazda MX30 e-Skyactiv R-EV 170Cv AT 2WD Makoto Urban Expression é de 43.723,65€
Por fim escrever que a Mazda tem disponível algumas campanhas com a oferta a situar-se entre os 7.400 e os 8.400€ dependendo da versão. Estas campanhas estão válidas até 30 de junho de 2024 e são válidas para clientes particulares e profissionais, aqui com vantagens fiscais no domínio do ISV, IUC, tributação autónoma e IVA.
As campanhas estão limitadas aos stocks existentes de cada modelo e apenas disponíveis nos concessionários aderentes Mazda.
Por Pedro Silva