- Dupla Pedro Salvador / José Carlos Pires venceu de forma categórica a Corrida 2 e após garantir a pole‑position da segunda qualificação.
- César Machado /Rafael Lobato conquistaram a pole na Qualificação 1, um 2.º lugar absoluto na Corrida 1 após uma recuperação fantástica e um sólido Top‑4 na Corrida 2.
- Pompeu Simões / Duarte Camelo varreram a divisão GTX, somando duas vitórias num fim‑de‑semana perfeito.
Desde a sua criação que a Speedy Motorsport fez história nas ruas de Vila Real. Os sucessos sucederam-se nas mais diversas categorias de competições nacionais e internacionais. A estrutura de Pedro Salvador regressou à capital transmontana para o 54.º Circuito Internacional de Vila Real com três máquinas — dois Toyota GR Supra GT4 EVO2 na divisão GT4 Pro e um Porsche Cayman CS na GTX — e transformou o calor (e a chuva!) num desfile de performance e resultados. Entre duas sessões de qualificação e duas corridas de cinquenta minutos, somaram-se uma vitória absoluta, três pódios e duas poles que reforçam a candidatura aos títulos de 2025.
Qualificação – 0.001 seg. para a pole e o confronto do mestre vs aprendiz
Após as excelentes indicações nos treinos livres de sexta, sábado trouxe-nos as qualificações, onde a Speedy se evidenciou. César Machado assinou uma volta magistral em 2:01.226 , batendo o adversário por escassos 1 milésimo de segundo e garantindo a primeira pole do fim‑de‑semana. José Carlos Pires, fechou a folha de tempos na quarta posição, mostrando margem de progressão.
Já na segunda sessão de qualificação, os heróis da casa brilharam de novo: Pedro Salvador, no seu regresso esporádico à competição, triunfou por 0,068 seg. (2:02.472) sobre Rafael Lobato, selando uma primeira linha 100 % Speedy na grelha de domingo.
Corrida 1 – chuva, bandeira vermelha e um pódio com sabor agridoce
Ainda no sábado, já ao final do dia, os pilotos foram para a pista para a Corrida 1. Poucos minutos antes da partida, um aguaceiro virou a estratégia do avesso. Com a aderência da pista a deteriorar-se drasticamente, muitos foram os pilotos que não evitaram problemas, tal como Pires. A caminho da grelha de partida, enfrentou uma chuva torrencial com pneus slicks. O carro entrou em aquaplaning a 50km/h, sem nada que o piloto pudesse fazer. O seu GR Supra GT4 EVO2 ficou danificado, obrigando‑o a abandonar ainda antes do semáforo verde. Sozinho na frente do pelotão, Machado partiu da pole com pneus de chuva, sendo fortemente pressionado pelo adversário mais direto, mantendo a liderança com unhas e dentes. Com a pista a secar, entrou para as boxes para montar slicks, mas logo a seguir foram mostradas bandeiras vermelhas. Machado foi enviado para o fim da grelha, o que parecia ser o fim da história da primeira corrida. No entanto, iniciou uma recuperação épica de 12.º a 2.º absoluto, com grande parte do trabalho a ser feito por Rafael Lobato no segundo stint. Uma recuperação fantástica da dupla mais rápida da corrida, um prémio amargo, pois ambos consideraram que a vitória era o prémio mais justo pela velocidade em pista.
Corrida 2 – triunfo absoluto para Salvador / Pires
O domingo trouxe de volta o sol escaldante. Salvador, que tinha conquistado a pole, defendeu a liderança durante todo o primeiro stint, mesmo sob pressão do seu pupilo Lobato, numa luta intensa, que exigiu tudo do piloto e chefe de equipa. Apesar de várias interrupções e duas entradas de Safety Car, Salvador e depois José Carlos Pires, fizeram um trabalho sem mácula. A dupla embalou para uma vitória inequívoca, mesmo com a corrida a terminar de forma prematura com bandeiras vermelhas.
Já a dupla Machado / Lobato voltou a brilhar, sem receber os devidos frutos. Depois da luta espetacular entre Lobato e Salvador, o jovem vilarealense entrou para a troca de pilotos com a obrigação de cumprir um handicap pelo pódio na Corrida 1. Machado entrou em pista determinado em recuperar o segundo lugar e acabou mesmo por cruzar alinha de meta na terceira posição. Mas com as bandeiras vermelhas, apenas a classificação da volta anterior seria considerada, pelo que o quarto posto acabou por ser o resultado, manifestamente inglório para o que a dupla demonstrou ao longo da corrida e do fim de semana.
Na divisão GTX, a Speedy Motorsport voltou a dar cartas, com Pompeu Simões e Duarte Camelo a assinarem um fim de semana irrepreensível ao volante do Porsche Cayman CS.
Na corrida de sábado, Simões largou da pole que tinha conquistado no dia anterior e enfrentou o dilúvio que surpreendeu pilotos e equipas momentos antes da partida com enorme sangue-frio. Rapidamente se adaptou às condições traiçoeiras da pista molhada, impondo o seu ritmo e colocando o Porsche da Speedy Motorsport na frente da divisão desde as primeiras voltas. Com a secagem progressiva do asfalto, a entrada em cena dos slicks apenas confirmou o excelente andamento. Quando Duarte Camelo assumiu o volante e consolidou a vantagem construída, cruzando a linha de meta com autoridade para garantir a primeira vitória do fim de semana.
No domingo, com o calor e o piso seco de regresso ao Circuito Internacional de Vila Real, a dupla manteve-se firme. Camelo arrancou da segunda posição da divisão, fruto do seu esforço e resistiu à pressão inicial dos seus adversários diretos, enquanto Simões, na fase final, geriu com mestria o ritmo e o desgaste dos pneus. A dupla foi recompensada com a sua segunda vitória consecutiva, num desempenho que confirma o Porsche da Speedy Motorsport como a referência da divisão nesta temporada.
Balanço final
Com uma vitória à geral, três pódios, duas poles e duas voltas mais rápidas, a Speedy Motorsport volta a deixar a sua marca no Campeonato de Portugal de Velocidade.A próxima jornada está agendada para Valência, a contar exclusivamente para o Iberian Supercars.
“Algumas das mais belas páginas da história da Speedy Motorsport foram escritas em Vila Real, pelo que é sempre um prazer regressar à capital transmontana, onde me apaixonei pelas corridas e onde sempre fui muito feliz. As condições revelaram-se desafiantes com o calor intenso a exigir muito dos pilotos, das máquinas e de toda a equipa que, mais uma vez, fez um trabalho estupendo, permitindo-me focar a 100% no meu regresso à competição, ainda quede forma pontual.
Na primeira qualificação, o César e Pompeu fizeram as poles nas respetivas divisões ( o César à geral) e o Zé Carlos colocava-nos em boas condições para lutarmos por bons resultados. Na Qualificação 2, tive de lutar com o Rafa, levando a melhor, mesmo que por uma margem muito curta. O Duarte fez o segundo tempo, ainda a adaptar-se às exigências do traçado.
Na corrida 1, um azar do Zé Carlos tirou-nos da luta, pelo que o foco se centrou todo no César e no Rafa que provaram porque são uma das melhores duplas do campeonato. Acabaram na cauda do pelotão depois da bandeira vermelha, sem culpa, mas fizeram uma recuperação notável e conseguira mum merecido pódio, que facilmente poderia ter sido uma vitória folgada, em condições normais, tal o ritmo evidenciado.
Na corrida 2, fiz o primeiro stint e larguei da pole.Tive de aguentar os ataques constantes do Rafa. Terá sido uma das corridas maisexigentes que fiz em Vila Real, muito por culpa do ritmo intenso que fuiobrigado a usar, para responder aos ataques constantes. A corrida acabou porter várias interrupções e terminar prematuramente, com o Zé Carlos já aovolante, completamente no controlo e a vitória sorriu-nos. A bandeira vermelhano final voltou a prejudicar o César e o Rafa, que deveriam ter terminado nopódio e assim ficaram apenas com o quarto lugar.
Do lado do Pompeu e do Duarte, um fim de semana excelente, com dois triunfos na GTX, prova que são a dupla mais competitiva da divisão, continuando a sua evolução de foram inequívoca e clara. Não escondo a tremenda satisfação que é ver a evolução desta dupla que, a cada fim de semana, se torna cada vez mais competitiva.
A contabilidade no final da festa é positiva, podia ter sido ainda melhor, mas o que nos escapou foi sem culpa própria. Fomos os mais rápidos, num contexto duro, exigente, onde toda a equipa correspondeu. O orgulho enorme que sinto por todo o trabalho que a equipa desenvolveu ao longo deste fim de semana apenas se equipara à alegria de voltar a percorrer as ruas de Vila Real, com o seu público fantástico que faz deste evento um dos mais especiais do ano. A Speedy voltou a ser feliz num traçado onde, dizem, apenas os melhores são bem sucedidos. Saímos moralizados para o que falta da época, consciente que o nível competitivo é altíssimo e qualquer erro se pagará caro.“