Cumpridas que estão as duas primeiras provas da temporada, Hélder Silva já lidera com uma vantagem apreciável a tabela pontual absoluta do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. Neste arranque de temporada, o tetracampeão nacional em título teve de suplantar as dificuldades inerentes de adaptação à sua nova Norma FC20 20FC, sem que tal fosse óbice a demonstrar, uma vez mais, toda a sua superioridade.
No espaço de 15 dias, entre os idos de março e o começo de abril, Murça e Guimarães receberam as primeiras duas provas – de um total de 8 no calendário – da temporada 2025 de Montanha. E quer a Rampa Porca de Murça, quer a Rampa da Penha Paisagem Protegida se revelaram desafios difíceis para os pilotos, muito por culpa das condições meteorológicas, sobretudo na prova transmontana.
Mas, nem as vicissitudes, bem a concorrência cada vez mais, forte, seriam suficientes para colocar desafios intransponíveis a Hélder Silva. O consagrado piloto poveiro apresentou-se à partida da época assumindo claramente que ia em busca do quinto título nacional absoluto da sua carreira.
Assumidamente fã de novos desafios, o ‘Míssil da Póvoa’ voltou a mudar de ‘montada’, dizendo adeus à Osella e saudando a chegada à Power House de uma Norma FC20 M2FC que pertencia ao seu rival José Correia. Pela frente, estava a mudança de paradigma técnico, passando de uma ‘barchetta’ com um motor dois litros atmosférico, para uma com um motor turbo.
“Tínhamos perfeita noção, eu e a equipa, que iríamos enfrentar algumas dificuldades, seja para prepararmos a Norma de forma a extrairmos todo o seu potencial, seja para eu me readaptar a um protótipo com um motor turbo. Esta mudança exige que eu esteja mudar muito o meu estilo de condução, mas, felizmente, temos sido bem sucedidos e ainda temos muita margem de melhoria”, destaca Hélder Silva, numa resenha do que tem acontecido nesta fase inicial do ano.
Em Murça, foram muitas as dificuldades sentidas por Hélder Silva, muto devido “à chuva que caiu de forma intensa, mas também porque foi a primeira vez que competi com a Norma. Fomos melhorando e, com algumas apostas arriscadas, mormente na escolha de pneus, conseguimos chegar ao 2º lugar da geral”, façanha que permitiria ao poveiro assumir a liderança do campeonato, pois o vencedor absoluto da rampa não pontuou, por não estar inscrito no CPM.
Na Penha e num fim-de-semana em que a chuva esteve praticamente ausente, permitindo que as subidas, sobretudo as de prova, fossem feitas com o piso seco, Hélder Silva abriu o livro. Foi o mais rápido nas três subidas a contar e conquistou a primeira vitória absoluta da temporada com autoridade e sem permitir veleidades aos principais opositores, amealhando novamente a pontuação máxima, aumentando assim ainda mais a sua vantagem na liderança do campeonato.
“Foi uma rampa fantástica. No dia inaugural de sábado ainda tivemos uns problemas menores na Norma, mas a equipa, como sempre, resolveu tudo de forma perfeita. Depois, o piso seco, os quilómetros feitos em competição, tudo ajudou a que a confiança no carro fosse aumentando e chegamos à vitória, que era o único resultado que nos interessava. Ainda para mais, deu para eu melhorar o meu record nesta rampa, apesar do piso estar mais degradado do que em anos anteriores”.
Com este triunfo e o consequente reforço da sua posição de líder na tabela pontual da geral do CPM, Hélder Silva sente que “estamos no bom caminho. Já provamos que somos competitivos, que conseguimos continuar a ganhar e vamos trabalhar para melhorar e estar na luta pela vitória em todas as provas que faltam. Só assim chegaremos ao ambicionado quinto título nacional. Tudo farei para o alcançar, pela equipa e pelos patrocinadores”.