Rally Rota da Cereja de Resende: Vítor Pascoal triunfa após duelo intenso resolvido por 2 segundos!

Vítor Pascoal e Inês Braga levaram o Porsche 991.2 GT3 CUP do Baião Rallye Team à vitória na edição inaugural do Rally Rota da Cereja de Resende, prova que ostentou um excelente nível organizativo, recorde de participantes, com 53 equipas à partida, muito público e um programa desportivo e lúdico aliciante foram o segredo para êxito alcançado.

A façanha do piloto baionense coroou uma verdadeira ‘remontada’ face a Pedro Melo e Nicolau Rabaça, a dupla local do BMW M3 que só foi suplantada na última especial da prova e por magros dois segundos. Emocionante!

Os 2300 metros da super especial urbana Cereja Night Race que abriram as hostilidades competitivas no início da noite de sábado deram a entender que a prova poderia fazer valer a superioridade habitual de Pedro Melo nos ralis disputados em Resende. O resendense fez o melhor tempo e com 4,1 segundos de vantagem sobre Carlos Matos, navegado por Ricardo Faria, num Skoda Fabia R5. Filipe Teixeira e António Campos assumiam a 3ª posição a 4,9 segundos do comandante, cabendo a José Carlos Pouca Sorte, outro piloto resendense o 4º melhor registo. Pouca Sorte, piloto e líder da Megamotors, estreou ‘em casa’ um novo Porsche 997 GT3 CUP, que partilhou com Vera Sequeira e logo se percebeu que iria querer lutar pelos lugares de pódio. Com uma entrada muito a frio, Vítor Pascoal foi apenas 8º e perdeu 9,6 segundos, prejuízo que viria a exigir um enorme esforço do baionense para reentrar na luta pelo triunfo.

A decisiva etapa de domingo contemplava 4 especiais. De manhã, eram os 7,5 km da especial Rota dos Cerejais, percorridos por duas vezes e, na passagem inicial, Pedro Melo reforçou a liderança, vencendo, com José Carlos Pouca Sorte a ser segundo, gastando mais 5 segundos, enquanto Carlos Matos registava o terceiro melhor crono, 1 décimo atrás de Pouca Sorte, saltando Matos para a 2ª posição da geral, a 9,2 segundos de Melo e com 1,8 de vantagem sobre o piloto do Porsche da Megamotors. Vítor Pascoal voltava a perder tempo (7,3 segundos) e, mesmo subindo para 5º, ficava já a 16,9 segundos  do líder, parecendo que estaca tudo perdido.

Mas assim não foi. Na 2ª passagem por Rota de Cerejais, Carlos Matos assina o triunfo, com Pascoal em segundo, a gastar mais 1,5 segundos, José Carlos Pouca Sorte em terceiro, duas decimas atrás de Pascoal e Pedro Melo a não passar do quarto tempo, mas perdendo apenas 2,1 segundos para Matos. O quarteto terminou a secção com Pedro Melo ainda seguro na liderança, agora com 7,1 segundos de avanço sobre Carlos Matos, 10,6 em relação a Pouca Sorte e 16,3 sobre Pascoal que ascendia ao 4º posto.

A secção final da tarde era o mais difícil “osso para roer”, com dupla passagem pelos 15,6 km de O Penedo. E foi aqui que Vítor Pascoal puxou dos galões e abriu o livro!

O baionense esteve imparável. Na 1ª passagem venceu o troço, com 5,4 segundos de vantagem sobre Pedro Melo, enquanto José Carlos Pouca Sorte registava o 3º tempo, perdendo 10,1 segundos para Pascoal. Pior fez ainda Carlos Matos, que não passou da 5ª marca, a 17,7 segundos de Vítor Pascoal.

Chegávamos assim ao último troço, que se transformou num verdadeiro ‘mata-mata’. Pedro Melo arrancou com 10,9 segundos de vantagem sobre Vítor Pascoal, José Carlos Pouca Sorte era terceiro a 15,3 e Carlos Matos vinha logo a seguir, a 19,4.

Vítor Pascoal deu um recital com o Porsche 991.2 GT3 CUP e pulverizou a melhor marca na especial, melhorando 9,2 segundos e deixando um desolado Pedro Melo a 12,9 segundos de distância, forçando o rápido piloto de Resende a contentar-se com um excelente 2º lugar no final da prova, a escassos dois segundos de Pascoal, sendo certo que o baionense venceu a prova com todo o mérito, fazendo jus ao seu vasto e rico palmarés.

No final, o vencedor confessava que “não viemos a Resende com o intuito de andar a fundo, encarando a presença como um apoio a este novo rali e uma oportunidade para fazer quilómetros no carro. Começamos com demasiada cautela e, sem exageros, fomos aumentando o andamento. Quando, percebemos que podíamos lutar pela vitória, então sim, intensificamos o ritmo e, na derradeira especial, andamos mesmo a fundo. Estou muito feliz, por mim, pela Inês e pela equipa e dou os meus parabéns ao Pedro e ao Nicolau que fizeram um excelente rali. Também quero felicitar a organização por um rali exemplar!”.

Por seu lado, Pedro Melo não escondia alguma “tristeza por termos perdido mesmo no fim. Andamos sempre a fundo, lutámos contra grandes pilotos e grandes carros e voltamos a provar que somos muito competitivos. O 2º lugar deixa-nos orgulhosos e, a perder a prova, que fosse, como foi, para um grande campeão nacional como é o Pascoal!”.

Atrás dos dois primeiros, a batalha final pelo último lugar no pódio absoluto do rali teve um desfecho inglório. Ainda nas primeiras curvas da última classificativa, José Carlos Pouca Sorte foi forçado a abandonar, sofrendo uma saída de estrada provocada por um problema técnico no Porsche, abrindo caminho para Carlos Matos colocar o Skoda Fabia no 3º lugar da geral, numa prova em que o piloto se queixou de “alguns problemas no meu carro, que condicionaram o nosso andamento. Mas, divertimo-nos muito, num rali bem organizado e o 3º lugar é muito positivo”.

Filipe Teixeira levou o Renault Clio Rally4 da Domingos Sport ao 4º posto, com o penafidelense a aproveitar o rali para conhecer melhor o carro francês, sem deixar de andar forte, tendo mesmo terminado a escassos 1,5 segundos de Carlos Matos. Logo atrás, na 5ª posição, encontramos uma das duplas mais endiabradas do rali. Telmo Pedro e Pedro Fonseca extraíram todo o sumo do seu Citroen Saxo e andaram sempre entre os mais rápidos, assinando uma exibição de fino recorte!

Numa prova exigente, destaque para a presença no palanque final da prova de 35 das 53 equipas que alinharam à partida. E foi geral o aplauso ao alto nível organizativo ostentado pelo Automóvel Clube Clássicos de Aregos e pelo Team Baia. Excelente estrutura, troços belos e desafiantes, plantel de grande nível, muito público, programa de animação e a habitual hospitalidade resendense, cativaram todos quantos estiveram no belo concelho plantado na margem sul do Rio Douro.

Para a autarquia, o balanço do evento é altamente positivo, com Garcês Trindade, Presidente da Câmara Municipal de Resende a considerar que “o rali foi um sucesso!… Estamos muito felizes por terem sido cumpridos todos os objetivos traçados. O vasto número de participantes e de acompanhantes que vieram até Resende, a forma exemplar como decorreu a prova, o sucesso mediático e económico do evento, tudo contribuiu para que possamos considerar ganha a aposta que fizemos. Quero parabenizar o Automóvel Clube Clássicos de Aregos pela excelente organização, fruto do seu trabalho e da boa escolha que fizeram para os parceiros especializados que vieram garantir a qualidade técnica do rali. Agora é tempo de balanço e de começar a pensar na próxima edição!”.

O 1º Rally Rota da Cereja de Resende teve uma novidade aliciante: prémios monetários para os três primeiros da geral, oferecidos pelas empresas Megamotors, Mítica Frota e Escola de Condução S. Salvador. Caso raro em Portugal, este “prize Money” para o Top 3 absoluto é mais um gesto de generosidade por parte de José Carlos Pouca Sorte, o piloto e empresário natural de Resende e que lidera as três empresas envolvidas no apoio.

Depois deste êxito, ficaram escancaradas as portas para que a 2ª edição do Rally Rota da Cereja de Resende tenha lugar em 2025, com os responsáveis da prova a prometerem um evento ainda mais aliciante!

Créditos: Flat Out Racing Models e João raposo Photography

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