A FPAK estabeleceu um acordo para a época 2024 com os concorrentes do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) – categoria Rally2 – para a utilização obrigatória de gasolinas 100% renováveis, totalmente livres de combustíveis fósseis e com uma percentagem elevada na redução das emissões de CO2 para ir de encontro às diretrizes da ONU e FIA para a neutralidade carbónica e consequente sustentabilidade ambiental.
As alterações climáticas são, obrigatoriamente, cada vez mais, uma preocupação de todos porque, no limite, poderá estar em causa a sobrevivência da espécie humana.
Episódios de tempestades, tornados, tufões, chuvas diluvianas, degelo, e secas prolongadas, são cada vez mais frequentes, associadas ao aquecimento global e, em parte, à utilização de combustíveis fósseis que libertam elevadas quantidades de dióxido do e carbono (Co2).
A ONU – Organização das Nações Unidas vem alertando para as consequências das alterações climáticas, nomeadamente promovendo Cimeiras do Clima que têm dado pequenos passos para que no ano 2100 não se registe uma subida superior a 1,5º face à temperatura média aquando do início da revolução industrial.
Ciente do contributo da mobilidade automóvel na emissão de gases com efeito de estufa e do contributo que o desporto automóvel – laboratório permanente de inovação tecnológica no sector automóvel – pode dar na busca de soluções para uma progressiva redução até à neutralidade carbónica, a FIA – Federação Internacional do Automóvel, em linha com as posições da ONU, colocou-se na primeira linha da mudança da imagem do desporto motorizado e da mobilidade, estabelecendo a “Estratégia Ambiental FIA 2020-2030”, assente em 3 pilares estruturantes: ação climática, tecnologia e inovação e práticas sustentáveis.
A FIA fixou como objetivo a neutralidade carbónica em 2021 e uma situação de Zero Emissões em 2030, estando a operar desde então um conjunto de alterações de fundo que irão transformar de forma significativa o modelo de desporto automóvel e de mobilidade como os conhecemos nas últimas décadas e na forma como estes se relacionam com a sociedade e as diversas comunidades.
Em Portugal, a FPAK aprovou o Código de Sustentabilidade Ambiental que entrou em vigor em janeiro de 2022 fixando princípios em linha com o definido pela FIA, fixando como objetivos a neutralidade carbónica em 2025 e Emissões Zero em 2030, envolvendo num processo participado pilotos, equipas, patrocinadores, oficiais, autarquias, universidades, empresas de recolha e tratamento de resíduos, adeptos e as comunidades.
O acordo agora estabelecido com os concorrentes do Campeonato de Portugal de Ralis – categoria Rally2 – para a utilização obrigatória de gasolinas sintéticas, neutras em carbono e livres de incorporação de combustíveis fósseis, fará do nosso campeonato o primeiro campeonato nacional com este avanço na incorporação de combustíveis amigos do ambiente.
O combustível a usar pelas viaturas de Rally2 será de marca livre e do tipo AS – Advanced Sustainable, entendendo-se este como o componente que deriva do processo de captura de Co2 através da utilização de Biomassas durante o seu fabrico, conforme definido no Anexo J do Código Desportivo Internacional da FIA.
Por questões de natureza técnica, nas restantes categorias – Rally3, Rally4 e Rally5 – em 2024 será recomendada a utilização de combustíveis sintéticos com redução de, pelo menos 50%, das emissões de Co2, sendo a situação reavaliada em 2025.
Esta opção responsável e de compromisso de todos os intervenientes – pilotos, equipas e patrocinadores – merece público reconhecimento pelo que representa de assunção da responsabilidade social dos agentes do desporto automóvel dando um passo em frente na sensibilização para um dos maiores desafios que Humanidade irá enfrentar nas próximas décadas e de cujo sucesso dependerá o futuro de milhões de pessoas.
O Código de Sustentabilidade Ambiental prevê medidas de compensação das emissões produzidas, através da plantação de árvores tendo a FPAK, numa parceria com a Total Energies, garantido a plantação de 16.000 árvores, na área ardida do Pinhal de Leiria, no ano de 2024.
Sendo o desporto automóvel em Portugal capaz de mobilizar milhares de adeptos que entenderão quão decisiva será esta batalha que teremos que travar em conjunto, estamos certos de que iremos contribuir para uma efetiva redução das emissões de Co2, para uma maior literacia sobre a conservação e respeito pela natureza, e para um melhor Ambiente.
Para a Direção da FPAK este é um passo importante para a obtenção de resultados efetivos: “Queremos estar na linha da frente a nível europeu no que à sustentabilidade ambiental no desporto automóvel diz respeito. Temos vindo a fazer melhorias efetivas e ajustadas às diretrizes internacionais nos últimos dois anos. Este passo mostra bem o empenho de todos no Campeonato de Portugal de Ralis e a consciência da mudança de paradigmas”, referiu Ni Amorim.