Glória para os vencedores… Honra aos vencidos!
Tal como era esperado, numa só palavra: espetacular! Assim foi o fecho da temporada do Campeonato Portugal Trial 4×4, com os campões nacionais a serem confirmados, apenas e só, nos minutos finais da derradeira jornada realizada na cidade de Lordelo, concelho de Paredes. Depois do vendável veio a bonança, com a consagração dos Campões de Portugal, num palco soberbo para a prática do Trial 4×4, perante uma excelente moldura humana e notáveis equipas em competição. Que mais se poderia esperar desta derradeira prova do CPT4x4, disputada num clima de festa onde foram coroados vencedores e campeões, naquela que foi uma das mais competitivas edições do Campeonato Portugal Trial 4×4, com a incerteza dos vencedores a manter-se ao longo das três horas de prova.
Uma jornada que se revestiu de estreias e confirmações, com grande qualidade organizativa, recheada de uma fantástica moldura humana, com um cenário e condições magníficas para a prática da modalidade. Com um programa recheado de muita animação e competição o Clube Trilhos do Norte em parceria com o Clube TT Paredes Rota dos Móveis, a junta de Freguesia de Lordelo e o município de Paredes, moveu escavações e elevou arranha-céus, proporcionando às três dezenas de equipas as melhores condições para a prática trial. Um novo traçado, uma nova pista mais longa, com uma enorme diversidade de obstáculos e percurso rolante, para que os campeões fizessem por merecer o título, num traçado adjacente ao ecocentro de Paredes e zona industrial de Lordelo. Apesar dos intervenientes atestarem a dureza da prova, participantes e espectadores confirmaram o verdadeiro dia de trial que aconteceu em terras do “Vale de Sousa”, com uma temperatura excelsa, pese embora a tempestade de vento que por momento ia surgindo.
Com uma lista de inscritos que impressionou pela positiva nesta reta final, recorde de participantes no culminar da quinta jornada, muitos “forasteiros” juntaram-se à festa final na consagração dos campeões. Após o término dos treinos cronometrados tudo se mantinha ainda em aberto nas contas dos títulos em cada uma das Classes. Foi mesmo já na reta final que tudo ficou mais escalonado. No regresso à competição e ao CPTrial 4×4, Paulo Ferreira e André estima (QTAL Racing Team) foram os grandes vencedores à geral, ficando o tão ambicionado título Absoluto na posse de Cláudio Ferreira e João Lucas da equipa “Auto Higino”. A dupla Rui Rocha/Pedro Campas (RJ69), revalidou o título da Classe Super Proto; o mesmo sucedendo na Classe Proto com Miguel Marque e Renato Machado (MM6018 Parts 4×4/ Americana Papelaria). Na Classe Extreme a equipa “JR4x4” com Hugo Rodrigues e Ricardo Amorim, venceram a jornada do título, tendo o piloto arrecadado o título nacional, enquanto Francisco Carvalho (73 Racing Team) assegurou o cetro entre os navegadores. Paulo Silva e Duarte Silva (Team Sequeiros 4×4) confirmaram o título da Classe Promoção.
Classe Absoluto – Auto Higino conquista o mais apetecido
Será certamente o título mais apetecido de qualquer competição: o melhor de todos! Numa luta de “titãs” três equipas lideravam o rol de favoritismo e que, matematicamente ainda poderiam chegar ao título Absoluto. A Tábô Team 4×4 assumiu a dianteira da corrida, fruto da “pole Position” e foi ganhando vantagem até à quebra do bloqueio dianteiro, ficando apenas com tração traseira. A margem permitia alguma confiança, até que, um toque num eucalipto revelou-se fatal. Os esforços da equipa em tentar recuperar Jimmy´ dentro do período limite da resistência foram infrutíferos. Restavam duas! A “RJ69” detinha uma desvantagem pontual de 4 pontos para a “Auto Higino”. Para anular essa desvantagem apenas a vitória servia. No final, seria a dupla Claúdio Ferreira/João Neto a terminar na frente de Rui Rocha e Pedro Campas. Um resultado que garantiu o título Absoluto à equipa Auto Higino: “Não estava nada à espera face as características do nosso carro. Felizmente tudo correu bem, com um início menos conseguido, o nosso carro não é tão rápido, mais técnico. O navegador não teve muito trabalho. Chegar ao final com o título Absoluto é o culminar de uma época conseguida, melhor seria impossível”, salientou Claúdio.
Super Proto – Um regresso vitorioso
No regresso ao Campeonato Portugal Trial após ausência nas quatro provas anteriores desta edição, Paulo Ferreira e André Estima (QTAL Racing Team), assumiram a dianteira da corrida após o abandono prematuro da Tâbô Team e controlaram os possíveis “ataques” de um pelotão com pergaminhos e com objetivos aos títulos nas duas Classes: Absoluto e Super Proto. Mesmo não pontuando para o campeonato, Paulo Ferreira, a estrear uma nova viatura com vista à temporada de 2025 não descurou a ambição de vencer: “Já andávamos procura desta vitoria muito tempo. Viemos testar o carro e não esperávamos vencer. A concorrência foi muito forme com bons carros e bons pilotos. Tirando a falta de gasolina que nos obrigou a reabastecer durante a prova, nada mais aconteceu. Parabéns a quem realizou esta prova e montou uma pista espetacular. Uma vitoria de toda a equipa. Vamos regressar para o ano”, salientou o piloto da QTAL Racing Team. A segunda posição da “Auto Higino” ainda mantinha matematicamente a esperança de poder chegar ao título. No entanto, não dependiam apenas de si, muitas contas teriam de ser feitas. A missão foi “meia” cumprida… mesmo sem vencer, somou o maior número de pontos, teriam de aguardar o que poderia fazer Rui Rocha e Pedro Campas (RJ69), que apenas teriam de terminar logo atrás da dupla do Crawler Mercedes. Depois dos contratempos por que passou o campeão em Título ao passar pelas boxes para proceder a reparação de um furo, ainda lhes foi possível assegurar a segunda posição do campeonato e terceiro do pódio. Um resultado que garantiu o bicampeonato a Rui Rocha e Pedro Campas.
Classe Proto – Depois da tempestade a bonança
Com as contas baralhadas, e três candidatos matematicamente na posição de chegar ao título, seriam Miguel Marques e Renato Machado (MM6018 Parts 4×4/ Americana Papelaria) a conquistarem o título, bicampeonato, ao terminar na terceira posição nesta derradeira jornada: “Depois de muito esforço e percalço, foi positivo. Não foi fácil, mas chegamos lá. Arrancamos uma roda no decorrer dos treinos e com a ajuda e colaboração da RJ69 da Tábô Team, conseguimos recuperar o carro e poder terminar, mesmo sem vencer a prova, revalidamos o título na Classe Proto, bicampeões”, salientou o piloto e reforçou o navegado, que começaram mal, mas terminaram em grande. Antonio Silva e Bruno Silva (Canelas Pneus), viram-se arredados do título muito cedo devido à quebra da transmissão do Proto XS5. Lá na frente, a luta pela vitória estava entregue a duas equipas que se estreavam nesta edição do CPT4x4. No regresso ao CPT4x4 e a correr às portas de “casa”, João Ferreira e Luís Valadares (Euro4x4) mesmo limitados com problemas de caixa e sem redutoras chegaram à segunda posição. Tal como em 2023, Diogo Mendes e Tiago Alves surgem apenas na derradeira jornada para impor a eficácia desta dupla da “Tuff4x4”. Abstraídos desta luta, Diogo Mendes e Tiago Alves, impuseram-se a toda a concorrência com um “recital” de condução, num regresso esporádico ao CPT4x4: “Uma vez mais regressamos ao CPT4x4 com um triunfo. Sem grandes problemas, apenas as dificuldades naturais, fizemos praticamente tudo a motor, sem muito trabalho para o navegador. Uma prova com muito respeito entre as equipas. Houve sempre uma boa coordenado dentro do carro entre piloto e navegador. Vamos esperar e conversar com quanto ao futuro”, reforçou Diogo Mendes.
Classe Extreme – JR4x4 vence com título ao “photo finish”
Com três candidatos à partida, a Classe Extreme necessitou de máquina em punho para o cálculo do título. A surpresa, ou não, foi desfeita a meio da resistência, e deixava em aberto, mudanças na classificação geral. A jogar em casa, a dupla dos “César” acabou penalizada pela mecânica da Toyota ao se ressentir dos problemas com o embate da manhã e perdia as esperanças de chegar ao título, quedando-se pela quarta posição. O mesmo sucedia com o líder até então e detentor do título 2023: Jorge Alfaia/Francisco Carvalho, que perdeu bastante tempo a recompor a mecânica do Nissan caindo de segundo para sétimo, insuficiente para revalidar o cetro. Depois de liderar os treinos e obter a “pole”, tudo corria de feição à dupla Hugo Rodrigues/Ricardo Amorim (JR4x4). Assumiram a liderança à passagem da segunda volta e não mais a largaram, rumo à vitória e à consagração do título nacional, que aconteceu por uma curta, mas saborosa margem, um ponto apenas: “Foi até ao limite apenas por um ponto, sabe sempre bom vencer pela primeira vez. Venhamos com tudo, e felizmente tudo correu de feição. Parabéns ao Ricardo, mas esta vitória tem muito do Fernando que não me pode acompanhar nesta prova. Parabéns a toda a equipa”, salientou Hugo Rodrigues. O pódio da “Capital dos Móveis” ficou completo por duas equipas estreantes no CPT4x4 desta temporada. Hernâni Gonçalves e Hélder Oliveira (Saner/Tiff4x4), estreante absoluto foi tão eficaz quanto a regularidade que manteve ao longo das 12 voltas ao percurso, as mesmas contabilizadas pelo vencedor. O piloto da “Sanner” largou da terceira posição e recuperou uma posição no final segunda volta até à bandeirada xadrez, beneficiando da excelente preparação do Nissan. Bruno Santos e Tiago Santos (Movimaison/Tuff4x4) fizeram uma prova em crescente até ao lugar mais baixo do pódio.
Classe Promoção – Um título já reservado para a família Silva
A festa estava preparada, com o título praticamente “reservado” para pai e filho, Paulo Silva/Duarte Silva, do Team Sequeiros 4×4. Começar com um “capotanço” e terminar no lugar mais alto do pódio foi o concretizar de um sonho: “Foi terminar em grande, uma prova muito competitiva. No início começamos por tombar, mas depois recuperamos e foi atacar até final. Foi cumprir um sonho do meu filho e a promessa de vencer foi cumprida. Vencemos a prova e conquistamos o título. Esperamos poder voltar para o ano”, salientou emotivo Paulo Silva, que apenas teve de controlar a dianteira da corrida numa jornada mais competitiva, do que o habitual, com um maior número de adversários. Na segunda posição terminou a dupla Carlos Teixeira/João Neto (RC Automóveis), na mesma volta do vencedor, o mesmo sucedendo com o terceiro classificado, a equipa Auto ST4x4 com Samuel Teixeira e Ivo Freitas.
Classe UTV – Consagração sem título
Mesmo correndo a “solo”, Carlos Martins e João Pinto (Reciclopeças) voltaram para uma temporada mais reduzida, mas nunca baixaram os braços, demonstrando uma vez mais um andamento rápido e espetacular ao longo de toda a prova, ficando o título nacional por atribuir, pelo facto de não contabilizarem o número de provas suficiente para pontuar para o campeonato: “A nossa época foi curta, apenas com duas provas e, ambas excelentes mesmo sendo pistas diferentes. Uma prova limpa com uma boa participação. Iremos regressar certamente para o ano”, afirmou a dupla da Reciclopeças.